Economista elogia Arena Palmeiras: cozinha ampla e segurança financeira

Ricardo Araújo diz que modelo adotado pelo Alviverde é conservador e o livra de riscos, diferente do estádio do Corinthians, que precisa ser pago

Arena Palmeiras está localizada em área central de São Paulo (Foto: Divulgação)



O Palmeiras inaugura seu novo estádio nesta quarta-feira diante do Sport, em duelo válido pela 35º rodada do Campeonato Brasileiro. Após mais de quatro anos, a arena que substitui o antigo Palestra Itália finalmente verá a bola rolar em um jogo oficial. Diferente do palco do rival Corinthians, a casa alviverde conta com um modelo de exploração conservador, sem riscos para o clube, segundo o economista Ricardo Araújo. O convidado do “Redação SporTV”, especialista na gestão de arenas de futebol, elogiou a parceria firmada pelo Verdão com a empresa construtora e destacou que a receita tende a aumentar ao longo dos anos, sem a possibilidade de prejuízo.



- É um prazo de 30 anos que o palmeirense vai ter para ver essa arena evoluir. É um modelo de negócios conservador, porque protege o clube de riscos. O Palmeiras continua mantendo suas receitas, vai ter percentuais pequenos em outras, marginais, mas que não tinha antes. Progressivamente vai incrementando a sua participação nessa receita. Mas não corre risco nenhum, não se preocupa com lucro, nem prejuízo, com oscilações. Os times brasileiros sofrem muito com presença de público oscilando com a performance dos times nos campeonatos. O Palmeiras está protegido disso. O risco é do operador. Vai ter a mesma receita que teria no Palestra ou Pacaembu, mas turbinadas. Se as médias de público não forem aumentadas, o que não é tendência, a média de receita vai dar um salto - disse.



Por outro lado, Araújo afirma que a Arena Corinthians, erguida em Itaquera para a Copa do Mundo de 2014, representa um desafio para o time alvinegro. O estádio, que custou quase R$ 1 bilhão, precisa ser pago pelo clube nos próximos anos, o que exige boa gestão e repasse de receitas importantes aos credores que bancaram sua construção.



- Não é o caso do Corinthians, pois assume o risco. Isso se dá porque foi construído para a Copa. Como iria conceber uma Copa do Mundo sem o principal mercado consumidor e publicitário do país? A construtora entrou com o dinheiro e as garantias, mas vai ter que receber de volta. Vai ser um “tour de force” financeiro muito grande para o clube nos próximos 12 anos.



Araújo destaca que o Palmeiras foi capaz de superar o espaço pequeno do terreno do antigo Palestra Itália com um design bem projetado. Segundo ele, o prazo maior para se finalizar a obra ajudou o clube a fazer um negócio melhor com a construtora que levantou a arena. O especialista destaque a cozinha, assim como os camarotes fixos para shows e a obtenção de contrato de "naming rights" para a arena.



- O atraso foi bom. Esses quatros anos permitiram que a construtora se estruturasse melhor, sem a pressa de Copa. Isso criou um modelo de negócios melhor, mais interessante, mais adequado. Conseguiu se cercar de parceiros e empresa muito qualificadas. O próprio design interno do estádio conseguiu se resolver melhor. O Palmeiras fez um projeto de uma cozinha central muito interessante. Você vê estádios modernos da Copa que têm cozinha apertadas, de 30, 40 metros.