Perto do Z4, Coritiba e Palmeiras repetem 'jogo da vida' de 2012

Separados por um único ponto na tabela, adversários alviverdes tentam evitar terceiro rebaixamento de cada um desde 2002

Mauricio Ramos e Deivid, personagens daquele duelo, se enfrentaram na Arena Fonte Luminosa (Foto: Ag Estado)



A vida não está fácil para Coritiba e Palmeiras no Campeonato Brasileiro 2014, em que estão separados por apenas um ponto na tabela de classificação (os paulistas têm 39 pontos, na 14ª colocação, os paranaenses têm 38, na 17ª). Para continuarem na luta contra o terceiro rebaixamento de cada um, desde 2002, as equipes farão um duelo decisivo pela 36ª rodada, no Couto Pereira, repetindo circunstâncias parecidas com as do mais recente confronto entre elas, em outubro de 2012.



Para começar, os times tinham situações dramáticas na então 28ª rodada da competição, mas com uma “folga” muito maior para os paranaenses. Quando entraram em campo na Arena Fonte Luminosa, em Araraquara, com mando palmeirense, o Coxa era o primeiro fora da zona da degola, com 32 pontos, com confortáveis seis pontos de frente para o Verdão paulista, então 18º. Uma vitória do Palmeiras colocaria os paranaenses de volta na briga contra a queda de forma direta. Como se não bastasse o momento delicado, os torcedores dos dois clubes se desesperavam para não passarem por nova queda à Série B. O Coritiba havia caído em 2005 e 2009 e o Palmeiras passara pelo trauma em 2002.



No time da casa, o então técnico Gilson Kleina estava apenas iniciando sua trajetória, fazendo seu quarto jogo no Nacional, vestindo verde. Após um começo promissor (batendo Figueirense por 3 a 1 e Ponte Preta por 3 a 0), o Palmeiras havia sido arrasado pelo rival São Paulo por 3 a 0, no Morumbi, e chegou com o moral abalado para o confronto, disputado no interior por conta de uma condenação do STJD em relação a atos de vandalismo de torcedores. O Coritiba, do mesmo Marquinhos Santos, técnico atual da equipe após idas e vindas, somava dois jogos sem perder, um empate com o São Paulo por 1 a 1 (gol de pênalti do hoje cruzeirense Éverton Ribeiro) e uma vitória mínima diante da Ponte Preta, gol do veterano Deivid.



Desinteressante no primeiro tempo, pela falta de qualidade técnica das equipes, a partida mudou depois do intervalo. O Verdão aumentou seu volume de jogo, empurrado pelo animado público presente na Arena Fonte Luminosa e teve duas boas chances de abrir o placar, em chutes de fora da área, além de um gol anulado, por impedimento do atacante Obina. Desesperado para vencer o jogo, o Palmeiras foi com tudo para a frente, mas o gol não saiu.



Do outro lado, o Coxa tentava puxar contra-ataques e perdeu grande chance com Deivid dentro da área. Mas a sorte da equipe do sul do país mudaria aos 42 minutos da segunda etapa, em uma sucessão de erros da defesa palmeirense. Após bola cruzada da direita, o experiente Corrêa protagonizou um corte bisonho de cabeça, sem tirar a bola da área, e viu o goleiro Bruno sair atabalhoado e ser driblado pelo adversário. Foi então que um ex-jogador do Coxa foi de vilão a “herói” da equipe em menos de quatro segundos: Mauricio Ramos conseguiu bloquear o chute a gol, mas cometeu um pênalti claro em Éverton Ribeiro, anotado pelo árbitro Jaílson Macedo Freitas.



O gol de Deivid, que converteu a cobrança, mesmo tendo saído a nove rodadas do final do Brasileirão, ficou na memória dos palmeirenses como o “gol que rebaixou” o Palmeiras, justamente pela aura de jogo de seis pontos que a partida teve. Situação parecida com o duelo de 2014. Quem vencer, terá um alívio, ao menos temporário, a duas rodadas do final da competição. Ao adversário, sobrará o agravamento da crise instalada pelo fantasma da queda. O novo capítulo da saga pela sobrevivência de Coritiba e Palmeiras no BR-14 acontece neste domingo, a partir das 19h30, horário de Brasília.