WTorre quer evitar conflito de interesses antes de liberar Camarote Avanti

Construtora, clube e a Unyco, que criará o setor, ainda não chegaram a um acordo, mas uma reunião nos próximos dias deve avançar as discussões sobre o projeto, suspenso

Allianz Parque ainda não terá o Camarote Avanti à disposição no domingo (Foto: Arquivo LANCE!





O Palmeiras anunciou na noite de terça que o Camarote Avanti, previsto para estrear domingo no jogo diante do Goiás, estava suspenso até haver um acordo entre o clube, a Unyco, que fará o projeto, e WTorre.



A construtora, que gere os camarotes do Allianz Parque, espera uma reunião com a empresa nos próximos dias.



Apenas depois de conhecer a ideia, e considerar que não há conflito com outros setores já vendidos é que será definida a estreia do local.

– Pedimos para o Unyco fazer um projeto e nos apresentar, para ver se isto de alguma maneira não concorre com algum outro produto. Temos muitas possibilidades de fazer produtos diferentes dos que temos hoje – disse o diretor da WTorre, Rogério Dezembro, ao LANCE!.



– Vamos mapear com business club, camarotes corporativos, cadeiras no longue, para não ser alguma forma mais atraente do que aquilo que já compraram. Temos que ter respeito com quem já adquiriu algo na arena. Quanto mais produtos e formatos de camarote, melhor, só não podemos conflitar – reforçou.



O projeto do Camarote Avanti foi anunciado em entrevista coletiva pelo presidente Paulo Nobre, e a ideia era de que funcionasse em todos os jogos do Verdão em casa. Por R$ 400, o membro do programa de sócio-torcedor teria direito a comida e bebida a vontade, traslado para o estádio, além da chance de assistir ao jogo do Verdão junto de um ídolo.



Só que por contrato, a WTorre é a responsável por comercializar os camarotes. O Verdão recebe parte do valor arrecadado: 5% nos primeiros cinco anos, 10% nos cinco anos seguintes e assim por diante até que se encerre o vínculo entre as partes, válido por 30 anos. Este acordo ainda está sendo discutido na arbitragem.



O ACORDO DE PALMEIRAS E WTORRE



Naming rights

A WTorre vendeu o nome do estádio para a Allianz por R$ 300 milhões, divididos em 20 anos, com cláusula para renovar por mais dez. Nos cinco primeiros, a construtora repassa 5% ao clube, e o valor cresce 5% a cada cinco anos.



Camarotes

É a mesma lógica dos naming rights: WTorre comercializa os camarotes e repassa 5% do valor nos primeiros cinco anos. O valor cresce na mesma proporção do item anterior.



Renda dos jogos

O Palmeiras terá direito a 100% do valor arrecadado com ingressos para os jogos, descontadas as despesas.



Cadeiras

A WTorre julga ter direito a comercializar todas as cadeiras, repassando um valor ao clube ano a ano, na mesma proporção dos naming rights e dos camarotes. Alguns assentos já começaram a ser vendidos pela construtora, com contratos válidos até o fim do ano, e já com ingressos incluídos.



Visão do clube

Diz que a WTorre pode vender só 10 mil cadeiras especiais (as que começaram a ser comercializadas estão nesta cota). As do clube não seriam vendidas, mas reservadas para sócios-torcedores (hoje são cerca de 122 mil). A construtora já sugeriu envolver os sócios-torcedores na venda de cadeiras coordenada por ela.