Infeliz centenário, feliz aniversário: Palmeiras chega em alta aos 101 anos

26/8/2015 07:52

Infeliz centenário, feliz aniversário: Palmeiras chega em alta aos 101 anos

Da frustração pelo fiasco na negociação com Ronaldinho, passando pelo risco de um terceiro rebaixamento, Verdão se reergue com casa nova e elenco forte

Infeliz centenário, feliz aniversário: Palmeiras chega em alta aos 101 anos

Paulo Nobre ajudou o Palmeiras a recolocar as contas em dia (Foto: Sergio Gandolphi)



Faltando poucas horas para a festa do centenário do Palmeiras, numa casa de eventos na zona sul de São Paulo, só se falava em Ronaldinho Gaúcho. Após semanas de negociação, havia a expectativa de que a contratação fosse anunciada a qualquer momento, e que o craque entrasse no salão como o grande presente no aniversário de 100 anos do Verdão. Mas não houve o esperado final feliz, e a frustração se somou a outras que assolavam o torcedor naquele 26 de agosto de 2014: a campanha ruim com o argentino Ricardo Gareca, o risco de um terceiro rebaixamento no Brasileirão, a indefinição sobre a inauguração da nova arena do clube...



O futebol é dinâmico, e o quadro mudou completamente para o Palmeiras em 12 meses. Se o centenário não foi feliz, o aniversário de 101 anos só apresenta motivo para comemorações. O Verdão agora tem um dos estádios mais modernos do país, uma fonte inesgotável de receitas, com shows, eventos e recordes de bilheteria em dias de jogos. O programa de sócio-torcedor é um sucesso estrondoso. Os patrocínios nas camisas somam R$ 50 milhões anuais. O elenco ganhou 25 reforços e é muito mais forte do que aquele que quase caiu de novo. E o time chega com a vantagem do empate para enfrentar o Cruzeiro no Mineirão, na noite desta quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.



– Foi muito difícil o primeiro mandato, em 2013 e 2014 a duras penas plantamos algumas sementes e estamos colhendo alguns frutos agora. Mas é apenas o início de uma longa caminhada para deixar o Palmeiras no lugar que todo palmeirense sonha – disse o presidente Paulo Nobre, durante a festa de aniversário do clube, na última segunda-feira, em São Paulo.



Entenda abaixo como, em um ano, o Palmeiras conseguiu dar uma reviravolta em sua história:







Em março de 2013, três meses após assumir o Palmeiras, Paulo Nobre tentava tirar o clube de uma situação caótica. As receitas do ano já haviam sido antecipadas por gestões anteriores, e o Verdão não tinha dinheiro em caixa. O presidente não teve dúvidas: foi ao mercado financeiro e tomou mais de R$ 100 milhões em empréstimo, em seu próprio nome, para repassar ao clube, com juros menores do que seriam cobrados da instituição, diretamente.



Hoje em sua segunda gestão, o mandatário se vê em um cenário oposto: da arena ao patrocínio, passando por elenco e força da torcida, o Palmeiras atingiu a saúde financeira. Paga seus atletas em dia e respira aliviado, podendo voltar as próprias preocupações mais para o que acontece dentro do campo do que fora dele. O déficit que se arrastava desde a gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo, nomeado como "herança maldita" pelo comando seguinte, de Arnaldo Tirone, ficou no passado.







A arena do Palmeiras é um fenômeno. Desde que foi inaugurado, em novembro do ano passado, o estádio manteve alta média de público, e esgotar os ingressos tornou-se prática recorrente da torcida alviverde. A conturbada relação com o Pacaembu, casa do Verdão durante a construção do moderno campo, deu lugar a um caso de amor entre torcida e a nova versão do Palestra Italia.



Hoje, a média é de 30.366 pagantes por jogo - a segunda maior do país na temporada, atrás apenas do rival Corinthians. Já são R$ 50.242.465 de renda bruta em 2015: nenhum clube brasileiro arrecadou tanto dinheiro com seu estádio neste ano.



Projetado para receber eventos extra-futebol, como shows e eventos não-relacionados ao esporte em geral, o estádio é um sucesso neste sentido. Apesar da conturbada relação entre Palmeiras e W Torre, construtora responsável pela nova casa alviverde, a arena já se firma como cartão postal da cidade.





Arena é motivo de orgulho para os palmeirenses (Foto: Marcos Ribolli)







Desde o último aniversário do clube, o Palmeiras triplicou seu número de sócios-torcedores. Hoje, são 129.493 participantes do Avanti, número que credencia o Verdão como segundo maior deste quesito no país, atrás apenas do Internacional. O programa fidelizou os torcedores, criando um ranking de acordo com a frequência nos jogos: quem vai mais às partidas têm prioridade na compra de bilhetes. Os ingressos de setores mais baratos para as partidas na arena sempre são esgotados em questão de minutos.



O marketing do Palmeiras passou a agir forte em cima dos sócios-torcedores. Alexandre Mattos como garoto-propaganda, além de diversas promoções e oportunidades para quem paga as mensalidades em dia. O clube constantemente promove encontros de sócios com ídolos, visitas ao centro de treinamento, entre outros eventos.





Programa de sócio-torcedor ajuda a fidelizar público que vai ao estádio (Foto: Marcos Ribolli)







José Roberto Lamacchia e Leila Pereira: eles nunca entraram em campo pelo Palmeiras, mas têm uma importância gigantesca para o clube. Os empresários são donos da Crefisa e da FAM, patrocinadores responsáveis por 40 dos R$ 50 milhões que o Verdão tem em receita com os espaços vendidos no seu uniforme. A empolgação envolvendo a reformulação da equipe após um 2014 complicado refletiu (e muito) no aporte financeiro depositado no clube.





Leila Pereira, Paulo Nobre e José Roberto Lamacchia, representantes de Palmeiras e Crefisa (Foto: Divulgação)







Diretor de futebol do Cruzeiro na campanha que levou o time mineiro ao bicampeonato brasileiro em 2013 e 2014, Alexandre Mattos chegou com status de ídolo do Palmeiras. Abalou as estruturas do departamento de futebol do clube ao reformular completamente o elenco: o volante Thiago Santos, anunciado pelo Verdão na última terça, foi o 25º reforço em 2015. Com o gerente Cícero Souza como auxiliar, "Mittos" - como foi apelidado pelos alviverdes - devolveu ao torcedor a confiança em um time forte e competitivo.



Se na gestão anterior, com José Carlos Brunoro como executivo, não se sabia ao certo quem comandava o futebol do Palmeiras, hoje Mattos responde pelo departamento sem grandes interferências do presidente Paulo Nobre. Conhecido por agir rápido no mercado e ter bom trânsito com as diretorias de outros clubes, o diretor trabalha sem alarde e mantém o elenco do Verdão pronto para não se abalar por imprevistos.





Alexandre Mattos: o homem que reformulou o elenco do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)







Oswaldo de Oliveira começou o ano como treinador do Palmeiras e conduziu a equipe ao vice-campeonato paulista - título perdido nos pênaltis para o Santos. Desgastado após a instabilidade do Verdão no início do Brasileiro, acabou demitido para dar lugar a Marcelo Oliveira, treinador do Cruzeiro no bi nacional. O aproveitamento subiu, e hoje o time luta por uma vaga no G-4: é o quinto colocado, com 31 pontos, apenas dois atrás do Fluminense, primeira equipe dentro da zona de classificação à Taça Libertadores da América.



Até aqui, Marcelo acumula nove vitórias, um empate e cinco derrotas, em 15 jogos disputados. Internamente, o treinador é elogiado por ter renovado o ambiente, que estava voltando a ser de pressão nos últimos dias do antecessor. O mínimo que a diretoria espera é disputar a Libertadores em 2016 - seja com vaga via G-4 do Brasileirão ou título da Copa do Brasil.





Comissão técnica do Palmeiras, encabeçada por Marcelo Oliveira (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)







As coisas não mudaram somente no departamento de futebol profissional do Palmeiras. Inspirado por Gabriel Jesus, joia da base alviverde que subiu para a equipe principal neste ano, o Verdão agiu para aumentar o aproveitamento das pratas da casa. João Paulo Sampaio, que trabalhava no Vitória, foi contratado. Hoje, o clube tem uma filosofia "curinga": testa jovens atletas em diversas posições, de maneira a encontrar a melhor forma de aproveitá-los.



No ano passado, quando o Palmeiras quase caiu para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro pela terceira vez, diversos atletas da base foram testados na "fogueira". No empate por 1 a 1 com o Atlético-PR, pela última rodada da competição nacional, seis dos 11 jogadores que começaram a partida eram oriundos do próprio clube.



Com a reformulação do elenco, as chances dos garotos diminuíram, e muitos foram emprestados. Gabriel Dias, Luiz Gustavo, Victor Luís, Deola, Patrick Vieira... Hoje, do time-base titular comandado por Marcelo Oliveira, nenhum atleta é da base. Nos próximos anos, a tendência é que isso mude cada vez mais.





João Pedro e Nathan, dois dos atletas revelados pela base (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)



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