Verdão mantém padrão salarial com Gareca e aprova primeira impressão

Clube não vai gastar mais do que os R$ 200 mil fixos pagos a Gilson Kleina. Argentino é elogiado por cordialidade. Acerto agita concentração em Araraquara

Ricardo Gareca foi confirmado como técnico do Palmeiras na quarta-feira (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)





O Palmeiras vai manter o padrão salarial de Gilson Kleina, demitido no último dia 8, com o substituto Ricardo Gareca. Os vencimentos fixos acertados com o argentino são parecidos com os do antigo treinador: aproximadamente R$ 200 mil, com bônus por metas alcançadas.



Diferentemente da produtividade adotada com jogadores, que recebem mais a cada nova atuação, o técnico é premiado em caso de conquistas de títulos ou objetivos. Um exemplo é a classificação para a Taça Libertadores, objetivo previsto no acordo assinado até 30 de junho de 2015.



Desde o contato inicial realizado em Buenos Aires, na semana passada, até a conclusão da negociação, na última quarta-feira, em São Paulo, Gareca passou uma boa primeira impressão. A cordialidade e a educação do técnico são consideradas fora dos padrões. E o seu conhecimento sobre o futebol sul-americano também é elogiado.



A segurança nas palavras de Gareca deixaram o presidente Paulo Nobre satisfeito. O argentino disse nas reuniões finais que escolheu o Palmeiras pela tradição de o clube ser o maior campeão nacional e por conta do desafio de trabalhar no futebol brasileiro, algo inédito na sua carreira.



Nobre e Gareca, aliás, trocaram mensagens após o resultado positivo do Palmeiras sobre o Vitória no último domingo, em Salvador. O acordo estava praticamente selado e a ida do argentino a São Paulo serviu para definir os valores das premiações.



O acerto com Gareca agitou a concentração palmeirense em Araraquara na noite da última quarta-feira, quando a notícia foi confirmada. Os jogadores ficaram ansiosos e curiosos para conhecer o método de trabalho do argentino. E alguns também foram se informar sobre a carreira dele como atleta (teve passagens por Boca Juniors, River Plate, Vélez Sarsfield e na própria seleção argentina).



Sem pressa no plano de "entrevistar" treinadores, o Palmeiras se reuniu com Vanderlei Luxemburgo, Dorival Júnior e, por último, Ricardo Gareca. O bom desempenho do interino Alberto Valentim (três vitórias contra Goiás, Sampaio Corrêa e Vitória) deixou o clube tranquilo para definir o novo comandante. Mas a condição fundamental era que o técnico efetivo fosse acertado antes da paralisação para a Copa do Mundo, pois esse tempo de um mês e meio é visto como importantíssimo.



Além da questão financeira, pesaram a favor de Gareca a qualidade para montar times com poucos recursos, como fez no Vélez por algumas vezes durante os cinco anos de clube, e a chance de contratar um técnico diferente, fora do "lugar comum".



Com liberdade para contratar gringos, Gareca pode ajudar no acerto com Lucas Pratto. O argentino de 25 anos trabalhou com ele no Vélez, mas o clube tem interesse em vendê-lo para a Europa. O jogador é considerado caro para os padrões de caixa do Palmeiras, mas é um alvo para substituir Alan Kardec desde quando Kleina estava no Verdão.



Nesta quinta-feira, Gareca vai a Araraquara, onde o Palmeiras enfrentará o Figueirense, às 19h30, na Arena Fonte Luminosa, pela sexta rodada do Brasileirão. Ele é esperado para ver o jogo no estádio, e Valentim comandará a equipe interinamente pela última vez. Depois disso, o profissional retornará para a comissão permanente alviverde. A previsão inicial é de que o argentino seja apresentado na próxima sexta-feira, na Academia de Futebol.