28/7/2016 08:41

Dispensado pelo Palmeiras, ele foi da 5ª divisão à Copa do Mundo com a Alemanha

Cacau ajudou garotos do Stuttgart B



Afinal, quem diria que o paulista nascido em Santo André, no dia 27 de março de 1981, e dispensado pelo primeiro clube onde tentou seguir carreira, chegaria um dia a marcar um gol em plena Copa do Mundo pela seleção... da Alemanha!



Assim foi a vida do atacante Cacau, como é conhecido o atacante de 35 anos, ainda em atividade - e sem qualquer vontade de pendurar as chuteiras e parar.



Com uma carreira de muito sucesso e um dos maiores ídolos da torcida do Stuttgart na Alemanha, o atacante deu seus primeiros chutes na bola na base do Palmeiras, mas acabou sendo dispensado.

Cacau comemora gol pelo Stuttgart, em 2004



"Tive uma passagem de três anos pelo Palmeiras. Eu joguei bastante com o (meia) Taddei, a gente o chamava de 'Tigela' por causa do cabelo (risos). Quando eu saí, o Diego Cavalieri estava chegando ao clube. Joguei com vários caras bons", lembra Cacau, ao ESPN.com.br.



"Fui mandado embora da base em 1996, pois havia muitos jogadores e acabei dispensado pelo clube. Depois, voltei pra minha cidade e fiquei esperando uma oportunidade para tentar vingar. Felizmente, tudo acabou dando certo", celebra o atleta.



Aos 18 anos, através de um conhecido, pintou uma chance para Cacau se arriscar no minúsculo Turk Gucu Munchen, da 5ª divisão da Alemanha. Sem pensar duas vezes, se mandou para o "Velho Continente" atrás do sonho de virar jogador profissional.



Após dois meses em periodo de testes, foi aprovado e contratado. No começo, sofreu com problemas como o idioma e o clima alemão, mas seu faro goleador rapidamente chamou a atenção do Nurnberg, que o contratou para sua equipe B em 2001.



Após se destacar pelo segundo time, que à época disputava a 4ª divisão nacional, Cacau foi promovido ao elenco principal no mesmo ano, e de cara já impressionou a Bundesliga com sua velocidade e seus gols em abundância. Nascia um novo artilheiro na Alemanha.



Em 2013, o brasileiro foi contratado pelo Stuttgart, time que mudaria sua vida e carreira de vez. Após um período difícil no início, ele foi aos poucos ganhando seu espaço e depois se tornou titular absoluto do clube. Ao longo de 11 anos, virou herói e ídolo da torcida com grandes atuações.



Em sua mais de uma década com o clube alvirrubro, marcou 109 gols em 346 partidas, conquistando o título do Campeonato Alemão em 2006/07, além de ter levado o Stuttgart a duas finais da Copa da Alemanha - acabou sendo vice-campeão nas duas.



Cacau viveu anos tão bons que, em fevereiro de 2009, naturalizou-se alemão. Em maio do mesmo ano, aproveitando-se do fato do atleta nunca ter sido chamado pelo seu país natal, o técnico da Alemanha, Joachim Low, o convocou para a seleção.



O centroavante topou na hora.



om a camisa da Nationalelf, o ex-palmeirense viveu grandes momentos. Logo em seu segundo jogo, deu duas assistências para Mario Gomez, antigo parceiro dos tempos de Stuttgart, marcar em amistoso. Os primeiros tentos de Cacau saíram em maio de 2010, em vitória contra Malta, num momento histórico para a seleção alemã.



No mesmo ano, o paulista escreveria de vez seu nome na história ao anotar um gol sobre a Austrália, em plena Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, em lance que ele não esquece até hoje: recebeu cruzamento rasteiro de Ozil e, sozinho, na marca do pênalti, não perdoou, estufando as redes e decretando a goleada por 4 a 0.



"Foi um sonho realizado fazer esse gol. As imagens ficarão marcadas na minha memória pelo resto da vida. Tudo: meu gol, os jogos, os estádios, a torcida vibrando, todos esses momentos. Todo atleta quer viver a atmosfera de uma Copa do Mundo, e eu me considero um grande felizardo de ter passado por tudo isso", emociona-se.

Cacau comemora com Podolski após marcar seu primeiro gol pela Alemanha



Depois do Mundial, no qual foi medalha de bronze, Cacau ainda seguiu jogando pela Alemanha, mas acabou não sendo chamado para a Euro-2012 e nem para a Copa-2014.



Em agosto de 2014, após 11 anos de Stuttgart, o brasileiro decidiu mudar de ares e foi defender o Cerezo Osaka, do Japão. Um ano depois, porém, as saudades de "casa" falaram mais alto, e ele aceitou proposta para voltar ao Stuttgart, desta vez para atuar pela equipe B e servir de modelo para os jovens das categorias de base.

Cacau cumprimenda o amigo Dante



"Voltei há um ano do Japão, e nos últimos seis meses estou jogando no segundo time para dar aquela ajuda para a molecada. Enquanto isso, sigo avaliando as possibilidades que tenho para ver se continuo jogando ou não. A vontade é de seguir", conta.



Cacau, inclusive, não descarta atuar no futebol brasileiro, o que nunca aconteceu em sua carreira.



"Gostaria muito de voltar ao Brasil, apesar de não ter nenhuma proposta concreta. Seria algo que eu faria tranquilamente. Eu cresci no Brasil, sempre assisti aos jogos, fui aos estádios, e claro que fica a vontade de jogar. Não vejo como algo que deixaria minha carreira incompleta, mas creio que seria bom para mim, me deixaria feliz", revela.

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41685 visitas - Fonte: ESPN

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