Após 16 anos de Verdão, sucessor de Marcos no Palmeiras está desempregado

A responsabilidade e a pressão de substituir um ídolo pode ser um fardo pesado demais para carregar. Ex-goleiro do Palmeiras, Eilton Deola sabe muito bem disto. Apontado como possível sucessor de São Marcos no clube, o arqueiro hoje está desempregado e mantendo a forma no time do sindicato dos atletas de São Paulo.







Em entrevista a ESPN Brasil, o goleiro analisou o momento atual da carreira e explicou a opção por 'dar um tempo' no começo deste ano. Após o encerramento do contrato com o Verdão, no final da temporada passada, Deola optou por não aceitar nenhuma proposta imediatamente.



- ?Estava há 16 anos direto no Palmeiras e precisando de uma folga. Por isso, no começo do ano, recusei algumas propostas e não disputei nenhum Estadual. Agora, treino por conta no Expressão Paulista, que é o time do sindicato, e cuido da parte física desde maio - contou o arqueiro.



No sindicato, Deola mantém a parte física em dia, mas admite que a situação é longe de ser a ideal:



- É complicado, porque temos um elenco bem reduzido. Não temos nem 11 jogadores, então é complicado pra fazer um coletivo, por exemplo. Mas tudo o que um jogador precisa fazer em relação à parte física e técnica, academia, eu estou fazendo - afirmou.



O goleiro aponta a pressão por ser tido como o 'sucessor' de Marcos como algo definitivo em sua carreira. Deola argumenta que faltou tempo para que ele pudesse mostrar todo seu potencial no Palmeiras:



- A gente nunca falava que éramos os sucessores do Marcos, porque sabemos que é difícil chegar aos pés dele. Eu tinha uma responsabilidade muito grande de estar no lugar do Marcos, e poderia evoluir para ser um grande goleiro, respeitado... Pense no caso do Marcos: quando ele começou, não era assim, pois ele cresceu pouco a pouco. A gente não ia conseguir ser ídolo logo no primeiro ano. Precisávamos de mais tempo - analisou.







Apesar da história turbulenta no clube, Deola lembra com muito carinho dos tempos de alviverde. Ao todo, foram 16 anos no Verdão:



- Eu tenho 33 anos e passei 16 no Palmeiras, ou seja, metade da minha vida foi lá. Só tenho lembranças boas, e tudo o que eu fiz foi pensando em ajudar o clube, nunca atrapalhar. Pelo contrário: muitas vezes briguei e discuti porque via diretor fazendo coisa errada ou empresário querendo ter privilégios



- Briguei com muita gente, sempre pelo clube. Sempre vi o Palmeiras como minha casa e minha família. Devo tudo o que tenho ao Palmeiras, que abriu as portas para mim quando eu era apenas um garoto do Atlético Sorocaba. Tenho todo o carinho do mundo por esse time, e sempre vou ter, sendo jogador da equipe ou de outro clube.