Faltam apenas 540 minutos. Hora de se unir e focar jogo a jogo no final feliz
A TV exibia os dois times no túnel de entrada para o campo. Os titulares já postados, os reservas passando – e de repente Cleiton Xavier, com colete, para e cumprimenta Diego Souza. Os dois principais símbolos da derrocada de 2009 e o fantasma ronda rapidamente minha cabeça. Felizmente logo a imagem muda, o diretor corta para as imagens dos times entrando no gramado do Allianz Parque e os maus pensamentos logo se afastam.
Dentro de campo, com a bola rolando, a inesperada escalação, com Allione como titular, joga com dificuldade diante do franco-atirador Sport, que assusta mais. E cobra escanteios, e reclama de um pênalti, e faz Jailson trabalhar. E Jailson trabalha bem: defende a cabeçada, sai jogando rapidamente com Allione, que toca para Moisés, que deixa Dudu na cara do gol. É injusto? Pode ser, mas é 1 a 0 pra nós.
Enquanto isso, no Maracanã, o espírito de Gerson Caçapa desce sobre Guilherme e o Allianz Parque comemora pela primeira vez um gol do coirmão. Mas Guerrero empata, escandalosamente impedido, e o Palmeiras não consegue segurar o Sport. Novo escanteio, Rithely acerta a trave, Jailson cai dentro do gol e não consegue segurar a cabeçada do Neymar do Nordeste.
O primeiro tempo em São Paulo se desenrola de forma agônica, e tudo o que eu desejo é que ele fique 1 a 1 até o intervalo e que Cuca tente resolver a coisa. Mas aí o Cucabol aparece e, como sempre, resolve a nossa vida: Moisés bota o lateral na área, Barrios escora, Dudu tenta o chute e Tchê Tchê aproveita o rebote. O Palmeiras está na frente de novo, assim como o Corinthians – 30 segundos depois, o gol de Rodriguinho completa o nosso grito.
O segundo tempo leva uns 120 anos para passar, especialmente depois dos 20 minutos, quando o Sport vem para cima – e a entrada de Apodi me faz lembrar momentos ruins e dá um arrepio na espinha. Mesmo com as modificações de Cuca, o Palmeiras continua mal e mais uma vez Jailson é decisivo, especialmente num voleio de Diego Souza, que comprova sua vocação para falhar no cara a cara com o goleiro (2012, nunca perdoaremos). O Flamengo empata no Maracanã, e a vantagem cresce para seis pontos.
Meus amigos pessimistas lembram que em 2009 também estávamos seis pontos à frente do Flamengo após a 32ª rodada, mas a história de 2016 é diferente. O Palmeiras caiu de rendimento nos últimos jogos, é inegável, mas continua se mostrando soberano, forte e, como escrevi rodadas atrás, calculista. Vence jogando o suficiente, castiga o emocional do torcedor, mas vence. São seis pontos de vantagem, 15 jogos sem perder, média próxima aos dois gols pro jogo.
Faltam só 540 minutos. Hora de jogar e torcer uma partida de cada vez. Há uma nova história sendo escrita, e o final parece ser bem mais feliz.
3546 visitas - Fonte: ESPN FC
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