15 anos: ídolos do Palmeiras lembram conquista da Taça Libertadores de 99

16/6/2014 10:29

15 anos: ídolos do Palmeiras lembram conquista da Taça Libertadores de 99

Título do Verdão contra o Deportivo Cali faz aniversário nesta segunda-feira. Marcos brinca: "Se não tivesse fosso eu ia mergulhar na torcida"

“Marcos, agora é você. A galera repete e grita ‘fora’. De joelhos os jogadores do Palmeiras. Aí vem Zapata para cobrança. Partiu, Zapata. Sai que é sua, Marcos... Bateu pra fora! Acabou! Acabou! Acabou! O Palmeiras é campeão da Libertadores.



Faça festa, torcedor palmeirense...”. As palavras de Galvão Bueno que narram os últimos momentos da Taça Libertadores da América de 1999 dificilmente sairão da cabeça de qualquer torcedor do Verdão.



No sufoco e com emoção até o último minuto, o Verdão superou a retranca do Deportivo Cali, da Colômbia, para vencer por 2 a 1 no tempo normal e, nos pênaltis, confirmar a maior conquista da história do clube.



Nesta segunda-feira, dia 16 de junho, a inesquecível partida contra os colombianos, disputada diante de mais de 30 mil torcedores no antigo estádio Palestra Itália, completa 15 anos. E o GloboEsporte.com ouviu alguns dos personagens que marcaram época no clube e pintaram a América do Sul de verde e branco naquela temporada.



Um dos maiores ídolos do Palmeiras, Marcos saiu do banco de reservas durante a competição e só deixou a posição em 2011, quando decidiu encerrar sua carreira. Eleito pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) o melhor jogador da Libertadores de 1999 – a primeira vez de um goleiro no torneio –, o ex-atleta guarda na memória até hoje os momentos da decisão.



– Na hora em que o pênalti do Zapata foi para fora, se não tivesse aquele fosso eu ia mergulhar no meio da torcida. A alegria de participar daquele momento por um clube que hoje é centenário, sendo eu o goleiro, é indescritível – recorda o eterno camisa 12 dos palmeirenses.





Sérgio e César Sampaio erguem o troféu da Libertadores 1999 (Foto: Agência Estado)



A Campanha



Ao lado do rival Corinthians e dos paraguaios Olímpia e Cerro Porteño no Grupo 3, o Palmeiras arrancou na Libertadores de 1999 em grande estilo: vitória no clássico paulista por 1 a 0, gol de Arce, em jogo disputado no Morumbi, no dia 27 de fevereiro. Mas engana-se quem acha que o time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari teve vida fácil na chave.



A classificação para o mata-mata veio somente na última rodada, diante do Cerro Porteño, no Palestra Itália, com uma vitória de virada por 2 a 1.



Contratado em julho de 1997, Felipão sofreu grande resistência na sua chegada ao Verdão. Acostumada a ver equipes técnicas e que apresentavam um futebol vistoso, a torcida não aceitou logo no início a filosofia adotada pela nova comissão técnica. O toque de bola e os lances de efeito foram substituídos por cruzamentos para a grande área e muita raça.



– Aquela mudança era necessária para conquistar a Libertadores. O grupo entendeu isso rapidamente, mas a torcida demorou um pouco. Foi muito importante e me favoreceu pela maneira como eu atuava, por ser guerreiro e de muita marcação, por falar e participar muito. O grupo entendeu e, por isso conquistamos o título, nos tornamos um time muito forte dentro e fora de campo – recorda Galeano, reserva do time campeão.



– A Libertadores é um campeonato diferente, de muita disputa e briga. Era fundamental ter um estilo como esse e ter o Felipão como treinador – completa o goleiro Velloso.



A segunda colocação no grupo colocou o Verdão no caminho do Vasco, que defendia o título, logo nas oitavas de final. Mas uma lesão do titular Velloso colocou o Palmeiras nas mãos de Marcos.



Com atuações brilhantes, contra os cariocas e, principalmente, contra o Corinthians na disputa por pênaltis das quartas de final, o goleiro não apenas se tornou peça fundamental na equipe palmeirense como foi até “canonizado”. O camisa 12 manteve sua rotina de “milagres” contra o River Plate, na semifinal, e contra os colombianos do Deportivo Cali, na decisão. Saiu do banco para a História.



– Foi uma campanha complicada do começo ao fim. A maneira como chegamos foi desgastante. Vencer nos pênaltis o maior rival, bater os argentinos, perder o primeiro jogo da final e ganhar nos pênaltis de novo. Foi tudo ao extremo, foi uma exigência ao máximo de todos. Tive até de fazer infiltração no pé para ficar no banco – afirma o atacante Evair.





Jogadores do Palmeiras, durante a disputa de pênaltis da final (Foto: Marcos Mendes / Agência Estado)



São Marcos



Grande nome das conquistas do Campeonato Brasileiro de 1994, do Paulistão de 1996 e da Copa do Brasil de 1998, Velloso começou a Libertadores de 1999 como titular indiscutível do gol da equipe comandada por Felipão. Mas uma lesão muscular durante a fase de grupo tirou o arqueiro do time e deu oportunidade para Marcos se firmar de uma vez por todas no Palmeiras.



– A exemplo do que aconteceu no Paulista de 1993, quando comecei como titular, mas quebrei a mão e o Sérgio terminou o campeonato, na Libertadores eu também comecei jogando. Nós tínhamos muita convicção da conquista. Mas eu saí da disputa. E foi aí que o Marcos surgiu. Mas já era o momento também – conta Velloso.



Na reta final da primeira fase, o camisa 12 atuou nas últimas duas rodadas: derrota para o Corinthians e vitória contra o Cerro Porteño. Mas foi no mata-mata que a estrela do xodó dos palmeirenses brilhou.

Diante do Vasco, empate em São Paulo e vitória por 4 a 2 em São Januário, local onde os cariocas defendiam longa invencibilidade. Nas quartas, um novo duelo contra os rivais corintianos e uma vitória de 2 a 0 para cada lado. Nos pênaltis, deu Palmeiras. E deu São Marcos.



– O Corinthians é o nosso maior rival. Naquele jogo sentimos que o título estava cada vez mais próximo. Quando pegamos o Corinthians foi duro, mas vimos que estávamos ali para ser campeões. O Felipão nos passava isso. Nesse jogo entendemos e tivemos a abertura para o título – relembra Galeano.



Apesar de ser apontado pela maioria como o grande responsável pelo histórico título do Palmeiras, Marcos mantém humildade e divide as glórias da conquista da Libertadores com os companheiros.



– O time era muito bom. O goleiro é muito dependente da equipe. Se você estiver jogando em um time ruim, não vai ganhar mesmo. Numa equipe boa a condição é grande, e o nosso time da Libertadores me deu essa condição. Eu entrei e não era uma estrela, era coadjuvante. Só fiz a minha parte e só ganhamos porque o time era forte – diz o ex-goleiro.



GOL, EXPULSÃO, TENSÃO E FESTA



No dia 16 de junho o Palmeiras entrou em campo com Marcos; Arce, Júnior Baiano, Roque Júnior e Júnior; César Sampaio, Rogério, Zinho e Alex; Paulo Nunes e Oséas. Depois de um empate sem gols no primeiro tempo, o time voltou do intervalo com um velho conhecido na equipe: Evair, o herói do fim da fila alviverde em 1993.



O jogo nervoso apitado pelo paraguaio Ubaldo Aquino só começou a melhorar a favor dos donos da casa aos 19 minutos do segundo tempo. Após toque de mão de Yepes dentro da grande área, Evair cobrou pênalti com tranquilidade e deu a vantagem que os palmeirenses precisavam para, pelo menos, levar a decisão para as penalidades.



O gol de Zapata, aos 24 minutos, foi um balde de água fria no Palestra Itália. Mas aos 30, Júnior apareceu pela esquerda e cruzou na medida para Oséas recolocar o Palmeiras na liderança do placar: 2 a 1. O que nenhum dos torcedores e dos jogadores esperava era uma decisão confusa do árbitro, que resolveu expulsar Evair e Mosquera nos minutos finais da partida.



– Aquela partida me reservou uma situação inusitada de ficar no banco, entrar, bater pênalti e ser expulso. Foram momentos de vida que em alguns minutos só o Palmeiras poderia me proporcionar. Vivi todos os sentimentos que um ser humano pode ter, como jogador profissional, como pessoa, como pai, como filho. Tudo me passou pela cabeça, principalmente quando eu estava no vestiário.



Eu estava ofegante, cansado e não podia fazer mais nada. Só tinha de esperar a decisão – conta Evair.



Acostumado a ser decisivo dentro de campo, Evair teve de viver os últimos momentos da Libertadores de 1999 nos vestiários. Sem televisão, o atacante se ajoelhou ao lado de uma maca do departamento médico alviverde e acompanhou as cobranças decisivas tentando interpretar a reação dos torcedores.



– Eu estava ajoelhado ao lado de uma maca e um padre do outro lado. Foi impressionante o que vivemos ali dentro. Não podia bater pênalti, fazer mais nada, apenas orar. De repente, tudo ficou em silêncio, tudo parou naquele primeiro pênalti. E tinha acontecido o pior, o erro do Zinho.



Mas depois a arquibancada começou a gritar cada vez mais, achei que tudo fosse cair nas nossas cabeças. Quando menos esperávamos, alguém veio dizer que o Palmeiras era campeão. Ali tirou todo aquele peso e veio o alívio – completa.



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