Isso significa que a equipe deve ser mais reativa do que propostiva, coisa que este blog já vinha pedindo contra o Flamengo. Aquele ímpeto inicial comum em 2016 não funcionou até agora neste ano - só me lembro de gol no começo contra o Fluminense, e ainda assim eles empataram em seguida. Claro que o time deve buscar o ataque, mas esperar o Cruzeiro com uma marcação forte desde o meio-campo é uma opção a se considerar.



Isso porque o time mineiro tem muita dificuldade com a bola contra uma defesa adversária bem postada. Seus melhores lances são em velocidade em cima de defesas que falham na recomposição: basta lembrar dos três contra-ataques que terminaram em gol no catastrófico primeiro tempo jogo de ida. Quando o jogo voltou ao "normal", após buscarmos o 3 a 3, o Cruzeiro pouco conseguiu criar.



Basta lembrar até mesmo dos gols sofridos no jogo seguinte entre as duas equipes, a vitória deles por 3 a 1 no Mineirão, pelo Brasileiro: o primeiro foi num passe em infiltração que Thiago Neves aproveitou e achou um golaço, e o terceiro foi num contra-ataque puxado por Elber.



Nesse jogo ainda fomos atingidos pela outra arma cruzeirense: o chute de longe. Seus jogadores não têm medo de disparar assim que abre um espaço, e sentimos isso na pele, ainda que com um baita azar, já que um chute sem direção de Lucas Romero encontrou a cabeça de Hudson pelo caminho e matou Prass.



Desde este jogo, aliás, no dia 9 de julho, o Cruzeiro teve uma queda de ritmo. Venceu o Atlético-PR por 2 a 0, em Curitiba, ao mesmo tempo em que perdíamos o dérbi, mas depois entrou em viés de baixa: empatou com o Flamengo em casa e com o Fluminense no Rio, e neste domingo perdeu para o ameaçado Avaí. Neste jogo e contra o Flamengo, assim como no Mineirão contra nós, algo em comum: o time tomou gol em jogada aérea. Uma fragilidade que não é comum nos times de Mano Menezes, mas que vem sendo marcante nas últimas rodadas do Cruzeiro: são três gols pelo alto nas últimas cinco partidas.

Borja e Mina podem ser armas da artilharia aérea palmeirense no Mineirão



O Palmeiras, por sua vez, não tem na bola aérea a mesma força de 2016. Depois desse gol de Willian, marcou oito gols no Brasileirão, sendo apenas um de cabeça: o de domingo, com Bruno Henrique, que não joga nesta quarta porque não pôde ser inscrito na Copa do Brasil. Teve ainda o contestado pênalti em Mina, contra o Vitória, e uma infinidade de cruzamentos inúteis no dérbi. Ou seja: para usar a cabeça, literalmente, é preciso usá-la metaforicamente: pensar, se posicionar direito, ensaiar as jogadas. Só chuveirar não resolve, mas, bem utilizado, um cruzamento pode ser uma arma letal.



É esse Palmeiras, inteligente, bem posicionado na defesa e letal nos ataques, que esperamos ver em campo na quarta-feira. Inteligente, vencedor e classificado, é óbvio.

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