100 anos de Verdão: Museu 'caseiro' de Oberdan segue intacto e será ampliado

15/8/2014 08:04

100 anos de Verdão: Museu 'caseiro' de Oberdan segue intacto e será ampliado

Falecido há quase dois meses, Oberdan terá museu com relíquias ampliado. Ídolo, ex-goleiro vai ser homenageado no sábado, e sua família participará

100 anos de Verdão: Museu 'caseiro' de Oberdan segue intacto e será ampliado

Walkyria, filha de Oberdan Cattani, com chuteiras, troféus e bandeiras do pai (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)



Oberdan Cattani faleceu há quase dois meses, no dia 20 de junho aos 95 anos, mas pouca coisa mudou na casa que morava com a filha mais velha, Walkyria, e seu genro, Roberto. O memorial com relíquias de sua história no futebol e Palmeiras segue intacto, ao menos por enquanto. A família fará uma obra na resiência em que o ídolo alviverde vivia para ampliar o museu da Muralha, e manter uma “tradição” do ex-goleiro.



– Meu pai gostava de ficar na garagem de casa, via alguém passando na rua, conversava, e quando pegava algum palmeirense, chamava para entrar em casa para conhecer o museu dele. A gente até falava: “mas você conhece essa pessoa?”, e ele respondia: “é palmeirense!”. Quem quiser vir agora, é só avisar – disse Walkyria.



O ritual de convidar pessoas recém-conhecidas para entrar em sua casa, próxima ao Palestra Itália, até contrastava com seu jeito protetor.

– Ele assistia televisão no andar de baixo, eu e minha esposa tínhamos de subir, e então ele ia checar se todas as portas estavam trancadas. Subia, passava no canto dele, com as lembranças da carreira, e ia dormir. Era muito protetor. Até no hospital ele me disse: “não esquece de ver se as portas estão trancadas” – relembrou Roberto.



O quarto que era de Oberdan, jogador do Palestra Itália e Palmeiras entre 1941 e 1954, causa inveja não só ao palmeirense, mas a qualquer torcedor que gosta de história. São diversas fotos, recortes de jornal, camisas, taças, e relíquias como a faixa de campeão paulista de 1942, quando o time mudou de nome, em jogo conhecido como a Arrancada Heroica, e o relógio de ouro em homenagem ao título da Copa Rio de 1951, que a Fifa agora irá considerar uma conquista mundial.





(Antigas chuteiras do ídolo do Palmeiras são guardadas com carinho - Foto: Eduardo Viana)



Suas lembranças do futebol misturam-se no local com a sua religião. Entre seus costumes, Oberdan gostava de rezar na frente das fotos de quando jogava em memória dos companheiros que tinham morrido.



Depois, próximo à cama, rezava no altar com santos, e fotos, como a de sua esposa, Marcília, com a qual casou em 1945, e ficou junto até seu falecimento, em 1977. Do matrimônio, nasceram os seus três filhos: Walkyria, Oberdan Júnior e Mônica.



A primeira sempre morou com o ex-jogador, detentor de 207 vitórias, 76 empates e 68 derrotas nos 351 jogos que fez com a camisa do clube alviverde, um de seus amores:

– Se é preciso jogar com amor, já tem um clube no meu coração e não há lugar para outro – disse o ídolo, segundo o livro “Oberdan Cattani – a muralha verde”, de Osni Ferrari.



O arqueiro, marcado por conseguir agarrar a bola com uma mão, abandonou a carreira, mas depois tornou-se conselheiro. Apesar de sua história no Palmeiras, demorou para conseguir um busto, que só foi feito neste ano. A peça seria apresentada a ele e ao público no dia 19 de junho, em sua festa de aniversário no clube, mas não houve tempo.



Ele já estava internado por conta de uma pneumonia, e faleceu um dia depois, sem ver a homenagem, ainda sem data para ser lançada. O Verdão tem se mantido próximo à família.





(Carteirinha de conselheiro, pente e R$ 115 que ele guardou antes de ser internado seguirão intactos)



– O velório seria na Assembleia Legislativa, mas aquilo não tinha nada a ver com ele. Queríamos fazer no Palmeiras, e falaram que poderia ter um problema por causa da vigilância sanitária. O Paulo Nobre (presidente) perguntou: “qual o pior que pode acontecer”, e disseram: uma multa. O Nobre então avisou que pagaria. Não podemos reclamar do Palmeiras nisto – disse Walkyria.



Neste sábado, haverá o torneio retrô na Rua Javari, com Palestra Itália, Germânia, Paulistano e Juventus. O campeão ganhará a taça Oberdan Cattani, a ser entregue pela filha mais velha.

– A gente vivia com ele, estávamos sempre juntos. Agora tentamos ficar o mais fora de casa possível. É uma pessoa que faz falta para nós – admitiu o genro.



O casal ainda quer realizar um dos sonhos do ex-arqueiro: seguir ao México, para conhecer a igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, viagem que Oberdan falava em fazer após sair do hospital. Eles buscam manter suas memórias vivas.



Não será difícil. Com história vitoriosa, Oberdan Cattani é o primeiro grande goleiro do clube, criador de especialistas na meta. Um ídolo que o tempo não apaga.





Filha de Oberdan com camisa nova feita em homenagem ao ex-goleiro, no quarto do pai - Foto: Eduardo Viana)













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