Após demitir Gareca, Nobre se contradiz: 'A longo prazo, daria certo'

Com um discurso confuso, presidente lamenta pela troca de comando técnico, diz que trabalho do argentino daria certo, mas não mostra convicção de que El Flaco evitaria a queda

Paulo Nobre decidiu mandar embora Ricardo Gareca (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)



Paulo Nobre apareceu no fim desta tarde para explicar a demissão de Ricardo Gareca, mas mostrou-se confuso ao falar da escolha. O presidente do Palmeiras exaltou o argentino, e até disse que El Flaco conseguiria obter resultados a longo prazo. Apesar da afirmação, o dirigente entrou em contradição, pois não acreditou que o trabalho do elogiado comandante poderia evitar a degola no Campeonato Brasileiro, no fim do ano.



- Quando mudamos do Kleina para o Gareca, a gente visou o melhor treinador. O Gareca é um excelente técnico, vitorioso na Argentina. Estava convicto de que tínhamos trazido o melhor. Infelizmente o resultado não chegou a tempo. A longo prazo, o Gareca daria certo aqui. Mas o campeonato está na metade e estamos em uma posição ruim. Mudar depois poderia ser tarde - falou.



Durante a mesma entrevista, Nobre chegou a gerar confusão ao primeiro falar que Alberto Valentim seria o treinador interino até o fim do ano, mas depois se corrigiu e falou que o auxiliar da comissão fixa ficará no cargo até que um novo funcionário seja contratado.



Diante da má fase do Palmeiras, que com Gareca conseguiu apenas 33,3% dos pontos, o dirigente começou a receber pressão de membros do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) para que mandasse o então técnico embora.



Ele antes não cogitava demiti-lo, e até falou a cofistas no fim da última semana que seu medo era de que o comandante pedisse demissão, não o contrário. Mas, com a proximidade da eleição, a influência de conselheiros passa a crescer, e então o presidente nesta segunda disse que os "resultados não vieram". Ele reafirmou que "não trabalha sob pressão".



- Pressão no Palmeiras é uma constante. A diretoria não trabalha sob pressão, fazemos o que achamos correto. Conversamos com todos - resumiu o mandatário.