Após mais uma grande atuação, executando milagres para garantir a vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre a Portuguesa, Fernando Prass se sente tão importante quanto Alan Kardec, artilheiro do Palmeiras no centenário. Nessa quinta-feira, foi aplaudido de pé e teve o nome gritado como o de um ídolo no Pacaembu. Prova de que quem contestou sua contratação errou.
"Quando vim para o Palmeiras, questionaram muito a diretoria anterior porque contratou um goleiro com a minha idade por três anos. Mas as coisas estão mudando. Ninguém faz mais aquelas loucuras de antes, deixando o goleiro todo detonado aos 30 e poucos anos, com problemas no ombro, no joelho. Hoje em dia, é um treinamento muito mais estudado e planejado. É difícil ver um goleiro parar antes dos 40", indicou.
O jogador de 35 anos nem cogita aposentadoria. O veterano trabalha tanto que foi o único titular a treinar no sábado de Carnaval, mantendo o que considera ser a receita de seu sucesso - é o único dos oito goleiros de sua geração nas categorias de base do Grêmio a chegar tão longe.
"Estou me sentindo muito bem tanto fisicamente quanto tecnicamente, e com boas atuações. Mas o que dá o respaldo para quem está de fora são as atuações nos jogos", apontou Prass. "Fica difícil falar se é o melhor momento da minha carreira. Sempre fiquei marcado pela regularidade. No Palmeiras, estou junto com a equipe que está em um momento muito bom", falou.
Pensando assim, Prass se sente como Alan Kardec. "O goleiro faz parte do time, né? Às vezes falam que o time ganhou e o ponto ruim é que o goleiro foi bem. Mas é como o atacante, quando o Alan Kardec faz três gols. Ele também faz parte do time e de todo o processo. Se estou dentro de campo fazendo a minha função, sou uma peça da engrenagem do time."
Gilson Kleina concorda. "Há alguns jogos, ele tem grandes atuações, mas sempre foi regular e se manteve crescendo no Palmeiras. Um grande clube começa por um grande goleiro, e temos hoje um grande goleiro. É um fator preponderante na nossa classificação antecipada", definiu o técnico.
O treinador pediu a contratação de Prass logo após o rebaixamento no Brasileiro de 2012 e, hoje, o vê cada vez mais merecedor da faixa de capitão que passou a usar depois da venda de Henrique. "Não é só um excelente goleiro, mas nosso líder e capitão. Converso muito com ele sobre o sentimento e o objetivo do grupo. Quando ele fala com o grupo, vemos um respeito mútuo e muito legal", comemorou Kleina.
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