Moisés conta como a Croácia moldou seu futebol

5/9/2016 07:45

Moisés conta como a Croácia moldou seu futebol

Meio-campista do Palmeiras cita astros de Real Madrid e Barcelona como exemplos da força do país europeu, pouco conhecido no Brasil

Moisés conta como a Croácia moldou seu futebol

Moisés chegou ao Palmeiras em janeiro desta temporada (Foto: Rodrigo Faber)



Moisés precisou de pouco tempo para cair nas graças da torcida do Palmeiras. Superou uma lesão às vésperas de sua estreia oficial pelo clube, assumiu uma vaga no time titular e se tornou peça essencial do vitorioso esquema arquitetado pelo técnico Cuca. Hoje, aos 28 anos, vive o auge de uma carreira que teve na Croácia sua maior fonte de aprendizado.



A passagem pelo Rijeka, entre 2014 e 2015, aproximou o atleta revelado pelo América-MG de uma realidade bastante diferente do futebol brasileiro. Observador, Moisés buscou aproveitar ao máximo a experiência europeia para crescer como jogador de futebol. Aceitou o projeto oferecido pelo Palmeiras para colocar em prática tudo o que absorveu.



– É indiscutível que é o meu momento de maior visibilidade. Quando você vem para um clube dessa grandeza, do tamanho do Palmeiras, se você vai bem, seu nome vai ser falado a todo tempo. Mas se for mal o mundo cai na sua cabeça. É o momento de maior expressão na minha carreira, e numa idade boa. Cheguei na hora certa, espero continuar por muito tempo – afirmou, em entrevista ao GloboEsporte.com.



O maior mérito do meio-campista é o equilíbrio entre defesa e ataque. Versátil, Moisés provou que pode atuar como primeiro ou segundo volante e também na armação da equipe.



Independentemente da função que lhe é atribuída, mostra intimidade com a bola, mas sem perder as características de um “operário”, que sabe marcar e reforçar o senso coletivo.



– Eu me considero um jogador assim: com a bola sou técnico, gosto de participar, tanto com passes, apresentação na frente. É uma característica minha. E sem a bola, na Europa, eu aprendi essa leitura tática, o que você pode exercer, como pode ajudar sua equipe a compor. Foi uma das coisas que eu trouxe desses dois anos na Croácia – explicou.



Para ele, as maiores provas do quanto a Croácia vem crescendo no futebol são Luka Modric e Ivan Rakitic, expoentes do país e titulares de Real Madrid e Barcelona, respectivamente. O Rijeka se transformou em uma espécie de faculdade da bola para Moisés.



– Pouco se fala da Croácia, é um país pequeno. Mas se você olhar para a seleção da Croácia... Em todos os grandes clubes europeus há jogadores de lá jogando. Inclusive Real Madrid e Barcelona, que tem duas peças fundamentais.



Bem articulado e tranquilo ao abordar cada aspecto da passagem pelo Palmeiras, o meio-campista deixa claro a cada declaração ser um eterno aprendiz. Sob o comando de Cuca, ele afirma ter enriquecido ainda mais seu repertório. Abaixo, ele conta como pretende levar o Verdão ao sonhado título brasileiro como protagonista.



Quando eu acertei, minha maior expectativa era brigar por títulos. Até porque o nome Palmeiras já carrega isso, muitas histórias, um time de tradição, que está sempre conquistando.

Moisés, meia do Palmeiras



Veja outros trechos da entrevista:



GloboEsporte.com: Você virou titular no Palmeiras com certa facilidade. Quando você aceitou a proposta, imaginava criar essa identificação rápida?


Moisés: Quando eu acertei, minha maior expectativa era brigar por títulos. Até porque o nome Palmeiras já carrega isso, muitas histórias, um time de tradição, que está sempre conquistando. Esperava por isso, mas sabendo da dificuldade de ser titular, de estar jogando. Você vem com essa intenção, acredito na minha capacidade, mas tem vários fatores. Adaptação, esquema, se o treinador vai optar ou não...



A lesão na pré-temporada te deixou com medo do que estava por vir? Temeu dar tudo errado no clube?

Não tem como negar. Era um momento em que eu estava bem. Fiz uma boa pré-temporada, estava confiante, já tinha feito um gol logo na estreia, num amistoso no Uruguai. Estava me sentindo bem naquele momento. Era um jogo antes da Libertadores. Faltando quatro dias, tive aquela lesão grave, que me assustou bastante. Mas nada que, uma semana depois, eu não virasse a chave, já começasse a pensar no futuro, em recuperar, em poder voltar o mais rápido possível.



Você virou uma peça essencial do esquema do Cuca. Como é a relação com ele?

Quase trabalhamos juntos no Atlético-MG, ele tinha a intenção de me levar, e agora venho para o Palmeiras, e logo em seguida ele chega. Foi uma coincidência legal. É um treinador vitorioso, vem fazendo grandes trabalhos há alguns anos. Tem uma experiência dentro do futebol. O que posso fazer disso é absolver o que ele tem a nos passar. É um treinador maduro, que tem ambição, gosta do futebol para a frente, de intensidade. É o que o futebol pede hoje. Ele tem muito a evoluir ainda e a ajudar a nossa equipe. Vamos escutar o que nos passa e seguir firme para conquistar esse título.



Ele dá liberdade para os jogadores opinarem em relação a esquema tático, ideias de jogo?

A todo momento o Cuca pega algum jogador, conversa. Não só os que estão jogando, mas também os que não estão. Às vezes ele expõe, diz que tem vontade de fazer isso, aquilo, e pergunta o que nós achamos. Diz que estamos dentro de campo, que temos de passar isso. Ele nos dá essa liberdade. Claro que a decisão final é dele, mas procura saber se a gente vai se sentir confortável. É uma das armas do sucesso que temos feito.



Você acompanha futebol internacional? Tem algum campeonato preferido?

Gosto de assistir aos jogos, ainda mais quando é mais equilibrado. Gosto muito do futebol espanhol, pelo toque de bola, é legal de ver. E também o italiano. Os jogadores têm uma leitura de marcação muito boa. São jogos apertados, em que há uma compactação muito boa. Às vezes você pega um detalhe aqui e ali que pode acrescentar à carreira.



Quando eu cheguei, muitos ficaram desconfiados. Até meteram o pau no Alexandre Mattos, disseram que estava trazendo jogador de empresário. Hoje ninguém fala mais isso, né?

Moisés



Você acha que provou à torcida que pode ser jogador do Palmeiras? Alguns desconfiaram quando você chegou.

Minha relação com o palmeirense é muito boa. Quando eu cheguei, muitos ficaram desconfiados. Até meteram o pau no (diretor de futebol) Alexandre Mattos, disseram que estava trazendo jogador de empresário. Hoje ninguém fala mais isso, né? Mas o torcedor sempre me apoiou. Até agora só tive momentos bons. Agora, o torcedor cobra. É lamentável o que aconteceu com o nosso rival (São Paulo), de torcedor invadir, querer agredir jogador. Com isso não concordo de forma alguma. O torcedor tem o direito, é patrimônio do clube, mas há um limite. Aqui é nosso local de trabalho, você tem de ter a liberdade para exercer seu melhor.



Qual o diferencial desse Palmeiras para chegar ao título brasileiro?

Nosso time amadureceu de uma forma tremenda fora de casa. Além da amizade que temos fora de campo, conseguimos carregar isso para dentro do campo. Ali a gente se gosta, se cobra com facilidade. O time fica leve. A gente pode xingar um ao outro, falar um palavrão, mas sabemos que é só ali, porque todos querem ganhar, é aquela vontade, aquele espírito.



A sua parceira com o Tchê Tchê no meio-campo deu muito certo. Acha que os estilos de jogo se encaixaram?

A partir do primeiro treino que fizemos juntos já começou a fluir muito bem. Não tem um jogo em que você fale: “Pô, os dois foram muito mal”. Sempre um carrega o outro. Às vezes eu não estou bem, mas ele está. Às vezes faço um papel mais tático, ele joga um pouco mais. Tivemos essa facilidade mesmo sem se falar muito naquela época. A partir disso, começamos a ter uma afinidade ainda maior fora de campo. Aí aumenta o entrosamento, e a tendência é melhorar. Esperamos dar sequência nesse final de Brasileiro.



Você se lembra de alguma outra parceria de destaque?

Tive outras boas duplas. Joguei com o Bruno Henrique, que acabou de sair do Corinthians. Fizemos uma dupla muito boa na Lusa. Tive uma experiência muito legal com o Irênio também, um jogador do América-MG que depois jogou no México. Foi um cara que me ajudou bastante, que me dava dicas, me xingava para caramba.



Tem algum outro jogador ou time que você goste de ver jogar no futebol brasileiro?

No Palmeiras é o Gabi (riel Jesus), nossa referência. É um jogador que é gostoso de ver jogar. O empenho que ele tem... É um atacante, mas é impressionante o tanto que nos ajuda a marcar. É de se enaltecer a humildade desse menino. Um jogador que vem fazendo a diferença no campeonato também é o Robinho. Eu tenho visto os jogos do Atlético-MG e ele tem sido uma peça fundamental.





Moisés e Tchê Tchê são peças fundamentais no esquema de Cuca (Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras / Divulgação)



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5988 visitas - Fonte: Globo Esporte

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hoje nos temos um time de futebol,se tivesse iniciado a libertadores com o cuca e esse time,nao tenho nenhuma duvida que teriamos sido campeoes,e tem mais iriamos desputar o mundial pau a pau com o real, naçao alviverde,se levarmos os dois campeonatos nao e surpresa nenhuma,nao vejo ninguem acima de nos,avante palmeiras...

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