Reencontro: entenda como parceria com a Parmalat e o Palmeiras fez o Juventude crescer

16/6/2021 15:10

Reencontro: entenda como parceria com a Parmalat e o Palmeiras fez o Juventude crescer

Clubes assinaram contratos de cogestão com a multinacional nos anos 1990 e viveram tempos de títulos e até intercâmbio de jogadores

Reencontro: entenda como parceria com a Parmalat e o Palmeiras fez o Juventude crescer

Nesta quarta, ambos voltam a se enfrentar 14 anos depois do último encontro, às 21h30, no estádio Alfredo Jaconi, pela 4ª rodada do Brasilerão. O Ju vive uma reestruturação desde a Série C nas últimas temporadas, enquanto o Verdão vem de um ano marcado pelas conquistas da Copa do Brasil e Libertadores.







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Mas os caminhos de ambos começaram a se cruzar bem antes disso. Em 1992, sob liderança de José Carlos Brunoro, o Palmeiras assinou um contrato de cogestão com a Parmalat, que ia além da simples exposição da marca. Além de injetar dinheiro, a multinacional seria responsável pela administração do departamento de futebol do clube junto aos dirigentes do Verdão.



O clube paulista vivia um jejum de títulos na época. Durante os oito anos do vínculo, o Palmeiras levantou 24 taças, sendo uma delas a Libertadores de 1999. Caminho semelhante viveu o Juventude, guardadas as devidas proporções.



Anos de glórias do Juventude



Marcos Cunha Lima, de 69 anos, é ex-presidente do Juventude (1992-1995 e 2002-2005) e foi o principal responsável pelo acordo do clube com a Parmalat. Ainda exerce sua profissão em um tabelionato de Caxias do Sul, assim como a função de conselheiro do Alviverde.



Chicão, como é conhecido pelos membros do clube, tinha contatos no ramo do futebol e soube, ainda em 1992, da entrada da Parmalat no Brasil. O ex-mandatário se aproximou de dirigentes da multinacional e apresentou históricos do clube e da cidade. O time gaúcho tinha pouca expressão no cenário nacional.



As negociações começaram ali. Até que em maio de 1993, membros da Parmalat deram sinal verde para que o Juventude construísse um contrato de cogestão nos mesmos moldes feitos com o Palmeiras. Meses depois, o acordo foi assinado. Era questão de tempo para que os resultados aparecessem no campo e fora dele.



Era um inverno "brabo". Nos cederam um clube em Caxias para fazermos a apresentação e assinatura do contrato. Vieram os dirigentes da Parmalat, do Palmeiras, reunimos todos conselheiros do clube, autoridades do município e imprensa do estado. Foi maravilhoso. Nos deu ânimo, de que o Juventude iria buscar um lugar no cenário nacional, buscar títulos – relembra Lima.



De fato, as taças chegaram. No mesmo ano, o Ju foi campeão do grupo Sul no torneio equivalente à Série C atual e subiu para a Série B, da qual foi campeão em 1994. Chegou a ser vice-campeão gaúcho no ano seguinte. Em 1997, o clube terminou na 5ª posição no Brasileirão, sua melhor colocação na história.



Os anos dourados chegaram ao ápice no fim da década. Em 1998, o Juventude foi campeão gaúcho invicto em cima do Inter. Na temporada seguinte conquistou a Copa do Brasil diante de 100 mil pessoas no Maracanã em duelo com o Botafogo.



Intercâmbio de jogadores



Tudo isso só foi possível graças aos investimentos da Parmalat para a reestruturação e profissionalização do Juventude. E também contou com a "ajudinha" do Palmeiras, que cedeu alguns jogadores que dificilmente jogariam em Caxias do Sul em tempos anteriores.



O intercâmbio de atletas entre os clubes iniciou em 1993, quando chegaram ao Jaconi o goleiro César, o lateral-direito Odair e o volante Galeano.



Outros atletas desembarcaram em Caxias do Sul vindos de São Paulo, como o volante Dorival Júnior, os meias Jean Carlo e Marquinhos e os atacantes Paulo Sérgio Gonzatti e Alex Alves. Vieram também nessa nessa Era Parmalat o lateral-esquerdo Paulo Roberto, os atacantes Macula e Mauricinho e o centroavante Mário Maguila.



Poucos jogadores fizeram o caminho inverso. Destacam-se as idas ao Palestra Itália do zagueiro Sandro Blum (que chegou a ser campeão paulista em 1996), do volante Lauro e dos atacantes Adaílton e Fernando Rech.



Um jogador em específico não veio do Palmeiras, mas teve aporte da Parmalat: era Cafu. O lateral-direito capitão do Penta estava no Zaragoza e chegou ao Juventude em 1995 por intermediação da multinacional. Jogou duas partidas pelo Alviverde e depois foi para o Verdão.



A ideia de colocá-lo em Caxias era para escapar de multa do São Paulo, que previa ressarcimento em caso de retorno para o Brasil diretamente a um grande paulista. Não deu certo, e o Palmeiras depois foi condenado na Justiça a ressarcir o clube do Morumbi.



A Parmalat comprou ele de lá, ele jogou aqui e foi para o Palmeiras. Vínculo foi registrado no Juventude. Depois demos o liberatório para o Palmeiras. A Parmalat pagou a multa, depositaram para nós, de nós para Fifa, da Fifa para o São Paulo. Queria ter ficado mais com ele, mas fazer o quê? (risos) – explica Lima.



Melhorias no Jaconi



Parte do investimento da Parmalat era destinada para a estrutura do clube. Quem vê hoje o estádio Alfredo Jaconi totalmente reformado para a Série A não imagina que no início da década de 1990 nem banheiro feminino havia.



O objetivo era deixar o locar apto a receber jogos da Série B em 1994 e posteriormente da Série A, em 1995. Além das mudanças no Jaconi, a Parmalat contratou um profissional para a área de fisioterapia, bem como instalou uma nova área de recuperação clínica e academia de musculação.







Tínhamos vontade de fazer, mas não tínhamos condições financeiras. A Parmalat nos permitiu fazer todos os melhoramentos. Melhorias em vestiários, gramado, drenagem, alambrado, banheiro. O Juventude em 1994 abriu os portões de forma gratuita para o público feminino. Não tinha banheiro para o público feminino, que era um público, por vezes, maior que o masculino – recorda o ex-mandatário.















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