Velório de Oberdan Cattani (Foto: Murilo Dias)
O corpo de um dos maiores ídolos da história do Palmeiras foi velado neste sábado na sede social do clube alviverde. Coberto com bandeiras do Verdão e do Brasil, Oberdan Cattani recebeu homenagens de torcedores, amigos e familiares. José Carlos Brunoro, homem forte do futebol no clube, e o ex-goleiro Emerson Leão também se despediram da Muralha, que faleceu na noite desta sexta-feira.
A presença de torcedores de todas as idades comprova que Oberdan Cattani, assim como Marcos, Leão e outros, não foi ídolo de uma só geração. Aos 95 anos, ele era o único atleta vivo a ter jogando tanto com a camisa do Palestra Itália quanto com a camisa do Palmeiras. Brunoro comentou a importância do ídolo para a história do Verdão:
- O Oberdan representa duas fases do Palmeiras. Duas fases vitoriosas, como Palestra e como Palmeiras. Então pra nós é uma imagem vitoriosa, uma imagem representativa. Uma imagem que marcou dois times, do Palmeiras e do Palestra. Acho que Oberdan foi o grande exemplo de goleiro do Palmeiras. A partir dele é que começa uma história de goleiros do Palmeiras. Ele foi fundamental. Pela representatividade, por tudo que ele jogou no Palmeiras, eu acho que ele foi um dos maiores - disse o gerente.
Outro nome da Academia de Goleiros alviverde, Emerson Leão prestou suas últimas homenagens a Oberdan. Assim como muitos que estavam no velório, Leão demonstrou ser mais um fã da Muralha:
- Eu conheci o Oberdan numa fase onde o Palmeiras era uma tradição de grandes goleiros e ele foi o precipitor de tudo. Pelo menos para o meu pai, palestrino, eu cresci ouvindo falar do Oberdan que era tão bom. Por coincidência, eu acabei ficando goleiro do Palmeiras também. Eu acho que essas dinastias foram ótimas para o Palmeiras porque teve Oberdan, depois passou por Valdir, por mim, por Marcos, então isso caracterizou o Palmeiras.
Está na hora de chegar um quinto, para ter uma nova dinastia - declarou o também ex-goleiro Emerson Leão.
Oberdan era figura carimbada nas alamedas do clube do Palmeiras.
Como sócio, transitava da mesma forma que outro palmeirense qualquer, mas a quantidade de abraços, pedidos de fotos e apertos de mão mostravam que ele não era apenas mais um sócio, muito menos alguém comum. Era diferenciado e sua história comprova isto. Ele jogou no Palmeiras entre os anos de 1941 e 1954, e possui 351 partidas em seu currículo. De títulos marcantes, a Muralha estava no elenco campeão da Copa Rio em 1951, além de ser tetracampeão paulista e vencedor do Rio-São Paulo de 51.
Um dos inúmeros torcedores que estavam presentes, Gilvan Santos Souza, 42 anos, declarou que não conhece muito da história de Oberdan, porém, sabe que ele é grande e já o cumprimentou algumas vezes em caminhadas pelo clube. O torcedor ainda se lembrou do busto que o Palmeiras irá inagurar em homenagem ao ídolo.
- Eu sou sócio aqui do Palmeiras, então acompanhava ele pelas alamedas. Conheço um pouco da história dele. A homenagem do busto é justissima, deveria ter sido feito antes. Ele sabia, mas deveria ter sido feito antes. Obrigado, Oberdan, por tudo que você fez pelo Palmeiras - afirmou Gilvan.
Ao sair do velório, Leão ainda completou sua frase, revelando que Oberdan era duro com os novos goleiros, porque cobrava a mais da posição em que se consagrou.
- O Oberdan sempre se relacionava de uma forma dura conosco, porque ele sempre exigia mais do goleiro. Ele sempre queria que aquele fosse tão bom quanto ele. Eu não o vi jogar, só ouvi. Acho que cada um dentro da sua época fez o seu apogeu. Ninguém foi melhor do que ninguém, todos foram muito bons - finalizou.
O corpo de Oberdan Cattani seguirá no ginásio do Palestra Itália até as 16h deste sábado, e a partir disto seguirá para o cemitério São Paulo, para ser enterrado.
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