Já foi falado que é a Copa das Copas, a Copa dos gols, a melhor de todos os tempos. Mas pode ser que essa seja também a Copa dos goleiros. O prêmio "Man of the match" da Fifa, eleito por torcedores em votação e dado para o melhor jogador em campo após cada jogo, tem um vencedor maior: Lionel Messi. Até agora, o craque faturou o troféu nas quatro partidas que disputou pela seleção argentina nesta edição. Porém, o número de arqueiros escolhidos também se destaca. Em 10 jogos, sete deles foram selecionados pelo público como os que tiveram melhor desempenho no gramado.
São eles: Ochoa (México), Howard (EUA), Navas (Costa Rica), Buffon (Itália), Domínguez (Equador), Julio Cesar (Brasil) e Rais M'Bolhi (Argélia); sendo os três primeiros duas vezes cada. Veja na tabela ao lado.
Quem abriu a lista foi Ochoa, contra o Brasil, na fase de grupos. O goleiro, que não renovou o contrato com o Ajaccio após a participação na Copa, está surpreendentemente sem clube. Seu agente disse que ele já recebeu muitas propostas, mas não há nada de concreto. No jogo da eliminação, contra a Holanda, ele não evitou o gol de pênalti, batido por Huntelaar, porém fez grande partida e levou o troféu novamente.
Keylor Navas, da Costa Rica, exibe um belo desempenho na defesa da meta de sua seleção. No Grupo D, antes considerado "da morte", por ter Itália, Uruguai e Inglaterra, ele levou apenas um gol, na vitória por 3 a 1 sobre a Celeste. Nas oitavas, foi o herói da classificação na disputa de pênaltis com a Grécia (5 a 3). Navas já vinha se destacando antes do Mundial: foi o melhor da posição no último Campeonato Espanhol, defendendo o Levante.
- Estou tranquilo, trabalhando passo a passo. (Ser eleito o melhor do Mundial) É um sonho para qualquer goleiro do mundo. Eu me preocupo em não deixar a bola entrar. Não penso nisso, mas, se conseguir, seria uma das coisas mais bonitas da carreira – disse Navas em entrevista coletiva.
A atuação considerada a melhor de goleiros no Mundial até agora, entretanto, é de um arqueiro que não avançou para as quartas de final. Tim Howard, que já havia sido eleito o melhor em campo no empate por 2 a 2 entre os Estados Unidos e Portugal, foi excepcional no jogo decisivo contra a Bélgica, na última terça-feira. Os belgas, com suas incessantes investidas, porém, levaram a melhor: 2 a 1. Howard fez 16 defesas, o maior número registrado em uma partida de Copa do Mundo - a contagem começou em 1966.
Após o confronto, ele disse não se importar muito com o recorde.
- Isso não importa mesmo. Eu acho que é isso que eu decidi fazer. É meu trabalho ficar na frente do gol. Se eu faço uma defesa ou 20 defesas, isso não significa nem mais nem menos - afirmou Howard.
Ochoa, Navas, Julio Cesar, Domínguez, Rais, Buffon e Howard tiveram boas atuações nesta Copa
Número de 2010 dobra
O prêmio "Man of the match" foi criado na Copa de 2002, quando o Brasil conquistou o pentacampeonato. Nesse ano, foram quatro prêmios para goleiros: o francês Barthem (França 0 x 0 Uruguai), o norte-americano Friedel (Coreia do Sul 1 x 1 EUA), o espanhol Casillas (Espanha 1 x 1 Irlanda) e o sul-coreano Lee Woon-Jae (Espanha 0 x 0 Coreia do Sul).
Em 2006, o número de arqueiros vencedores do troféu se repetiu: o angolano João Ricardo (México 0 x 0 Angola), o norte-americano Kasey Keller (Itália 1 x 1 EUA), o italiano Buffon (Itália 1 x 0 Austrália) e o ucraniano Oleksandr Shovkovskyi (Suíça 0 x 0 Ucrânia).
Na Copa da África do Sul, em 2010, um a mais, e com a presença de Howard na lista. O norte-americano foi eleito o melhor no empate por 1 a 1 com a Inglaterra, na fase de grupos. Os outros foram o sérvio Vladimir Stojkovic, na vitória por 1 a 0 sobre a Alemanha, o hondurenho Noel Valladares, no empate por 0 a 0 com a Suíça, e o nigeriano Eyeama, duas vezes: derrota para a Argentina por 1 a 0 e empate com a Grécia por 1 a 1. Este último, dificultou a vida de Messi e cia em jogo pelo Grupo F desta edição, que terminou em triunfo dos hermanos por 3 a 2. Nas oitavas, contra a França, vinha fazendo uma boa exibição, mas saiu mal no lance do gol de Pogba.
Média de gols ainda é alta
Mesmo com as boas atuações dos goleiros, a média de gols por partida na Copa é alta: 2,8. A maior desde que a competição começou a ser disputada por 32 seleções, em 1998. Neste ano, o número também foi elevado: 2,7. Nos anos seguintes, caiu um pouco: em 2002 foi 2,5; em 2006 foi 2,3, e em 2010, o número se repetiu. As informações foram tiradas do site oficial da Fifa.
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