Para que Neymar brilhasse, cada um deixou de brilhar um pouco a cada jogo. Tudo era canalizado para o sucesso de Neymar, candidato a melhor do mundo. Mas Neymar disse mais de uma vez que não queria ser artilheiro nem o melhor da Copa, apenas campeão. É preciso cuidado com o que se deseja. Nos últimos dois jogos, nem Neymar nem qualquer outro atacante ou meia brilhou.
Com a seleção vivendo um eclipse particular, os Deuses do futebol devem ter chegado à conclusão de que o único jeito de o Brasil ser campeão e o craque não ser o melhor da Copa nem artilheiro, era ele deixar o time. Providencial. O colombiano James Rodríguez deverá ser o artilheiro do Mundial, Messi, o melhor da Copa e melhor do mundo, e a seleção brasileira, hexacampeã.
É possível ser campeã sem Neymar. E por uma razão simples: sem abrir caminho para Neymar brilhar (mesmo que inconscientemente), cada um poderá ser o que é, chamando a responsabilidade a cada momento. A seleção vai crescer como um todo.
Fred, Hulk e Oscar vão jogar menos travados e mostrar o talento que têm.
Jogar sem Neymar não é uma vantagem. Longe disso. A grande vantagem da seleção brasileira até aqui foi fazer todo mundo acreditar que ela não tem o que oferecer. Jogue-se fora tudo o que se estudou sobre a Seleção. Mudou tudo e isso é uma vantagem competitiva.
Neste caso específico, de onde nada se espera é de onde vai surgir uma grande surpresa. Não há dúvida sobre o talento de cada jogador do Brasil. Mostraram na Copa das Confederações. Creio que se não mostraram o que sabem até agora é porque estavam inibidos pela necessidade de fazer Neymar brilhar. Agora, o brilho será coletivo. E intenso.
A final da Copa para Neymar foi a cobrança do quinto pênalti contra o Chile. Ali ele mostrou que realmente estava preparado para qualquer pressão, como mostram as fotos abaixo, da Agência Getty Images. Parabéns, Neymar.
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