Fahel, Barcos, Dida e Fernando Prass representaram o Bom Senso na reunião (Foto: Hector Werlang)
- Não estamos parados.
Esta foi a frase mais repetida na reunião entre o Bom Senso e a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol, na tarde desta segunda-feira, no Rio de Janeiro. Mesmo com o recesso dos campeonatos por todo o país, motivado pela Copa do Mundo, os jogadores mantêm a mobilização por um “futebol melhor”. E, neste sentido, buscaram apoio da entidade que os representa para pressionar pela votação da Lei de Responsabilidade Fiscal no Esporte que, dentre outras medidas, renegociará a dívida dos clubes, estimada em R$ 2 bilhões. Com a garantia de que a proposta, em tramitação no Congresso Nacional, viabilize o pagamento de salários.
A lógica é a seguinte: no entendimento dos jogadores, não adianta os clubes terem ajuda do governo sem a contrapartida de pagar seus funcionários. O goleiro Dida foi bem claro ao explicar o que foi debatido durante o dia.
- Nosso pensamento é de que a lei seja melhorada aos jogadores. Existem algumas brechas. Nossa conversa de hoje foi para que essa lei passe com benefícios aos jogadores. Há pontos obscuros.
Apoiamos o parcelamento das dívidas dos clubes, essa ajuda é importante, mas falta mais clareza. Não discordamos. Precisamos definir melhor o que é o salário. Hoje, é praticado muito o direito de imagem, algo que não existe na lei. Por isso, viemos aqui pedir ajuda jurídica – detalhou o goleiro do Internacional.
Alfredo Sampaio, presidente do Sindicato dos Jogadores do Rio e da Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol, bateu na mesma tecla:
- Queremos avançar. O projeto está em Brasília. Reavaliamos o que foi feito. Há clubes com salários atrasados, ou seja, o cenário é o mesmo. Vamos acelerar o processo de aprovação do projeto. Temos de contar com os clubes. O futebol é viável, mas a forma atual é ruim a todos. A imagem é uma questão de pagar menos imposto. Isso traz insegurança ao atleta. Queremos diminuir os percentuais. O Botafogo, por exemplo, está cinco meses sem pagar a imagem, mas o contrato está em dia. A menor parte. Isso não adianta.
O grupo teme que a aprovação do projeto seja empurrada para 2015. Como há recesso no Congresso a partir de 17 de julho, haverá mobilização. Até porque o ano é eleitoral. Alfredo Sampaio trabalha para realizar duas audiências em Brasília - o deputado Otavio Leite (PSDB), autor da proposta, estima que ele seja votada em agosto. Não há ideia de greve.
- Tem coisas que discutimos internamente. Há outras questões. A gente não pode tentar resolver tudo de uma só fez. Temos duas bandeiras: calendário e fair play financeiro. Esta está em andamento na Câmera. A greve agora não seria boa para ninguém – comentou o goleiro Fernando Prass, do Palmeiras.
O Bom Senso propôs em limitar em 20% do valor do salário o direito de imagem. O tema é debatido no Congresso.
Além de Dida e Prass, Barcos, do Grêmio, Fahel, do Bahia, e Gilberto Silva, sem clube, estiveram presentes
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