O foco de Levir Culpi é a preparação para a decisão da Recopa Sul-Americana mas, em tempos de Copa do Mundo, é impossível um profissional ligado ao futebol não estar a par e arriscar falar sobre a maior disputa do futebol mundial.
Usufruindo das acomodações da seleção argentina nos arredores de Buenos Aires, o técnico do Atlético-MG comentou sobre a séria lesão de Neymar e o que esperar da Seleção sem o jovem astro. Avaliou, também, o grande número de contusões envolvendo atletas antes e durante o Mundial.
Sobre o fato de o Brasil perder o melhor jogador no momento mais agudo da competição, Levir relembrou 1962, quando a Seleção perdeu Pelé e, ainda sim, foi campeã. E apostou na melhora da equipe comandada por Luiz Felipe Scolari.
- Realmente uma perda muito grande. Houve uma comparação com a Argentina com a perda do Di Maria e, por isso, ficou equilibrado. Falando do Neymar, nunca vi ele fazer um jogo tão ruim quanto o último.
Bateu o escanteio do primeiro gol e foi só. Não conseguiu armas jogadas. Ele tem capacidade de mudar um jogo, mas a impressão que tenho é que na parte psicológica o time vai melhorar um pouco para suprir a ausência dele.
Criou um clima de união para ganhar o jogo, ganhar pelo Neymar, por nós. Tecnicamente podemos sofrer mais, mas temos jogadores com capacidade para desequilibrar.
O próprio Fred, que esperamos mais, pode decidir numa hora importante. Vamos torcer. Me lembro da Copa em que o Pelé ficou fora, o Amarildo entrou e resolveu. Por isso vejo com bons olhos.
Lesões
Levir também falou sobre o alto número de lesões antes e durante a competição, fato, que segundo ele, está ligado ao futebol mais físico e também à vontade de cada um defender seu país.
- Tivemos jogos em alguns estados com variação de temperatura e isso é condutor de contusões também. Mas as equipes se entregam muito fisicamente, uma entrega pela camisa, isso é bonito de se ver. Todo mundo está se matando em campo, o empenho grande e isso provoca contato físico maior, o que deixa os juízes numa situação desconfortável.
Para ele, esse elevado nível de competição é um fator que fará com que o jogo coletivo se sobressaia em detrimento do individualismo de craques como Messi e Robben, por exemplo.
- Aumentou o nível de competitividade. No jogo do Brasil (com a Colômbia), por exemplo, foram 60 faltas. Claro que o árbitro deixou correr, mas é muita competição.
E os jogadores dão tudo que têm. Para um lance de genialidade sobraram poucos jogadores, só o Messi, o Robben. O conjunto vai predominar um pouco. No Brasil, alguns podem fazer a diferença individualmente, mas ainda não sabemos quem.
3120 visitas - Fonte: GE