ROBERTO STUCKERT FILHO / PR
Para muitos dirigentes, a aprovação de uma solução para as dívidas dos clubes seria um dos principais legados que a Copa do Mundo poderia deixar no país. Com os olhos do governo voltados para o futebol, a chance de o projeto andar mais rápido seria maior. Tudo corria bem, do jeito que eles imaginaram, até a proposta chegar ao Ministério da Fazenda e ali parar.
Há quase duas semanas, as principais lideranças que defendem o novo Proforte (agora chamado de Lei de Responsabilidade Fiscal, que seria um novo parcelamento de débitos, com contrapartidas desportivas) estiveram com o ministro Guido Mantega, como uma forma de apressar os caminhos para a votação no Congresso Nacional. A iniciativa, no entanto, fracassou e a esperança de ter alguma novidade até o início do Mundial não existe mais.
"Desde que entregamos o projeto no Ministério da Fazenda, não saiu mais de lá. Não sabemos qual foi o problema, nem o que aconteceu, mas não andou mais. A gente está tentando ver algum jeito de se articular, mas às vésperas da Copa fica um pouco mais complicado. Não sei se ainda há chances de ser aprovado antes dos jogos, mas acho que não, infelizmente", afirmou Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba e da comissão dos clubes montada pela CBF, ao ESPN.com.br.
A expectativa de o projeto virar lei antes da Copa era muito grande. Diversos clubes, como o Botafogo, por exemplo, imaginavam ter um segundo semestre bastante diferente do primeiro, com um pouco de oxigênio para poder respirar.
Há dez dias, a presidente Dilma Rousseff também recebeu alguns jogadores do Bom Senso, em Brasília, para falar sobre o assunto e outros problemas no futebol - o texto final tem pelo menos nove ideias do movimento. A chefe de estado chegou a pedir para o seu ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para ver os principais pontos da proposta, mas também não deu andamento.
Entre as pessoas que estão mais por dentro do tema, a avaliação é de que depois do Mundial o governo se voltará totalmente para as eleições presidenciais, marcadas para outubro, e temem que a Lei de Responsabilidade Fiscal fique em segundo plano.
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