Ele não é só um dos melhores goleiros que vi. Mas uma das melhores pessoas que
existem para defender nossas cores e credos. Foram 20 anos pulando os tantos
quilos para nos fazer pular de alegria e orgulho e ficar de joelhos agradecendo
por seus milagres palmeirenses e brasileiros, campeões estaduais, nacionais,
continentais e mundiais.
Não por acaso, estreou um ano antes de o clube acabar com os 16 de fila. Quando seu
time voltou a ser Palmeiras. Campeão de tudo. Campeão do Século XX. E, você, Marcos,
um vencedor de primeira. E até de Segunda. Que você é daqueles que não precisam
ser. Bastam estar.
Você não precisa de título e de canonização. Você não é santo. Você é Marcos. Marco
plural e singular no amor não só a um clube e à sua gente. Mas ao respeito que
você impõe e fecha questão como quando fecha o ângulo e tranca a sua meta.
Ganhando Libertadores e o chavão do jipão, defendendo pênaltis dos rivais, defendendo
seu time até quando ele não tinha mais ataque e nem defesa e nem jeito. Sendo o
São Marcos até quando são tolos os de verde nos campos e arquibancadas. Você é
dez. Melhor: você é 12. Camisa de reserva. Número de reserva de moral.
O dia temido chegou. Aquele em que olharíamos para o gol do Palmeiras e você não
estaria na meta onde a Academia de goleiros sempre esteve muito bem servida –
como continuará agora. A gente sabia que essa longa noite sem sonho e sono
chegaria. Mas ainda não estamos prontos. Eu ainda menos.
Não sei o que escrever a respeito não só do ídolo, do craque, do goleiro, do
palmeirense, do caráter, da pessoa e, se permitir, do companheiro. Tantos que
até não são verdes já se manifestaram. E ainda vão escrever coisas maiores e melhores.
Mas entre tantas coisas e causos que aprendi só de torcer por você é que não somos
mais que os outros. Mas, como palmeirenses, também não somos menos. Sabemos dos
nossos limites tanto quanto de nossas glórias. Por isso um santo sentiu e ficou
de joelhos pelas dores que em toda carreira o impediram de sair ainda maior do
que já foi. Ainda mais santo. Ainda maior que nosso anjo guardião.
Quando eu contar aos filhos do Luca e do Gabriel o que você fez por nós, juro que vou
tentar ser o mais justo aos fatos. Mas ainda assim meus netos vão dizer que é
mentira. Que é um exagero. Que isso tudo é um milagre. E é.
Os que creem em São Marcos que nos guarda e no Ademir que nos Guia sabem que não é
preciso ver para crer. Basta torcer.
Obrigado, seu Marcos. Votos de felicidade de um devoto desde 1999.
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