[Copa 2014] Thuram defende que árbitros parem as partidas em caso de racismo

10/6/2014 10:59

[Copa 2014] Thuram defende que árbitros parem as partidas em caso de racismo

Campeão mundial com a França aprova campanha contra a discriminação feita pela Fifa, mas cobra ações mais efetivas: "Acredito que se pode fazer mais, seguramente"

[Copa 2014] Thuram defende que árbitros parem as partidas em caso de racismo

Lilian Thuram ministra palestra para crianças em Brasília (Foto: Fabrício Marques)



Na última semana, a Fifa lançou a campanha "Diga não ao racismo", que será difundida pela instituição durante a Copa do Mundo.



Como já feito em outras ocasiões, jogadores posaram para fotos oficiais com cartazes contra o preconceito racial e mensagens sobre o tema devem ser passadas aos torcedores nos estádios.



Na visão do ex-jogador campeão do mundo com a França, Lilian Thuram, trata-se de uma inciativa positiva, mas insuficiente diante do tamanho do problema.



Criador de uma fundação que desenvolve projetos educacionais de combate ao racismo e autor de um livro sobre o assunto - "As Minhas Estrelas Negras" -, Thuram acredita que são necessárias medidas mais efetivas.



Um exemplo citado por ele seria a paralisação das partidas em que ocorram atos de discriminação.



- Eu penso que a Fifa, a Uefa, estão trabalhando em torno da questão do racismo e isso é bom. Mas acredito que se pode fazer mais, seguramente.



O racismo no futebol é uma coisa antiga. Se hoje, em 2014, acontece, posso dizer que o futebol ainda não encontrou uma resposta. Não encontrou porque há medo de se tomar decisões.



.Quando tem uma falta no campo, o árbitro apita e interrompe a partida para dizer que aquilo não pode. Mas quando tem um gesto de racismo, a partida continua.



Acredito que parar o jogo para dizer às pessoas que o futebol não concorda com aquilo seria importante - afirmou o jogador, que está em Brasília para acompanhar uma espécie de "Copa do Mundo" disputada por alunos de escolas francesas de 12 países.



O ex-jogador relembrou o caso recente envolvendo o brasileiro Daniel Alves, que comeu uma banana atirada no campo por um torcedor durante partida do Campeonato Espanhol.



Para Thuram, a repercussão que ocorreu em cima do gesto do lateral da seleção brasileira ofuscou um outro viés do debate sobre a discriminação racial: a falta de atitude das outras pessoas que estão presentes no momento de um ato de racismo.



- Depois da partida, todos falaram sobre o gesto do Dani Alves. Mas para mim isso não foi o mais importante. O mais importante foi que o árbitro, que estava a cinco metros, não fez nada.



Os jogadores do Barcelona e do outro time (Sevilla) não fizeram nada. É sobre isso que precisamos refletir. Muitas vezes, quando uma pessoa sofre racismo, a sociedade pensa que essa pessoa deve responder. Eu penso que não é assim. A sociedade é que tem que apresentar a resposta - completou.



Para Thuram, a situação atual é melhor que em épocas passadas, quando a questão do racismo nem sequer entrava em discussão. No entanto, ele acredita que ainda é preciso rever a maneira como é encaminhado o debate.



- Acho que o futebol é um meio importante para lutar contra o racismo e é possível ir além nesta reflexão. Eu penso que está melhorando. Antigamente não se fala sobre o tema. Hoje se fala, mas acho que a maneira como se fala ainda não é a mais adequada.



O francês lembrou ainda que é fundamental trabalhar o problema do racismo entre os mais jovens. Este foi um dos motivos pelo qual o ex-jogador aceitou ser patrono da competição disputada na capital federal, que reúne crianças e adolescentes com idades entre 10 e 12 anos.



- Não é uma luta. Gosto mais de falar em uma relfexão. Reflexão sobre racismo, sobre sexismo, sobre homofobia. E é importante levar essa reflexão para pessoas na idade das crianças, porque é mais fácil (de entenderem). Para adulto é complicado, porque muitas vezes somos condicionados em uma forma de pensar a vida.





Ex-jogador participa de brincadeiras com crianças durante evento em Brasília (Foto: Fabrício Marques)



TORCIDA POR NOVA FINAL ENTRE BRASIL E FRANÇA



No país até o próximo domingo, Thuram afirmou que não irá ver nenhum dos jogos da primeira fase da Copa do Mundo no estádio. No entanto, pretende voltar ao Brasil para acompanhar a final no Maracanã. Campeão com os Bleus em cima da Seleção em 1998, o ex-jogador está torcendo por uma nova decisão entre os dois países e, claro, por nova vitória francesa.



- Estou muito feliz de estar no Brasil, feliz de estar com estas crianças. Fico até o próximo domingo. Não vou a jogos da França na primeira fase, mas pretendo voltar para a final, no Rio de Janeiro. É possível que a França chege na decisão, enfrente novamente o Brasil e vença por um a zero.



Thuram ainda lamentou o corte de Frank Ribéry, que ficou fora da Copa por conta de uma lesão nas costas. Porém, mostrou confiança na equipe comanda por Didier Deschamps, com quem jogou na seleção por seis anos.



- Ribéry faz falta. É o melhor jogador francês no momento. Mas acredito que a França continua tendo uma boa equipe. Temos jogadores muito fortes atrás e na frente. Temos dois campeões da Champions League, como Benzema e Varane.



Temos Pogba, campeão italiano. Jogadores que ganharam o campeonato francês, como Matuidi e Cabaye. Temos ainda a sorte de ter um treinador que sabe como ganhar. Isso é muito importante. Deschamps conquistou títulos como jogador e como treinador. Acredito que a França é, seguramente, uma grande equipe.



Além dos Bleus e do Brasil, Thuram também colocou as seleções de Espanha, Alemanha e Argentina como candidatas ao título da Copa.













3813 visitas - Fonte: GE

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