Ao entrar em campo na última sexta-feira com a braçadeira para enfrentar Camarões, Rafael Márquez quebrou um recorde: foi o primeiro jogador a atuar em quatro Copas do Mundo como capitão de uma seleção.
Aos 35 anos, experiente em Mundiais e com passagem de sete temporadas no Barcelona, o zagueiro é a voz da experiência do México.
Em campo, fala, grita e orienta os companheiros durante os 90 minutos; fora das quatro linhas, com olhos fundos emoldurados por olheiras e os primeiros fios brancos no cabelo, usa um tom de voz tranquilo para dizer não como parar Neymar, mas sim como tentar evitar danos causados pelo atacante do Brasil.
- Temos que fazer cobertura, ter dois contra um, ser rápidos e diminuir os espaços em campo, não deixar ele jogar – afirmou Rafa Márquez, que na estreia diante de Camarões teve boa atuação com firmeza na marcação de Samuel Eto’o, que nada fez.
Mas a visão experiente de Rafael Márquez sobre o Brasil vai além. Ele destaca outros jogadores para mostrar que a dificuldade não se resume em conter Neymar:
- Foi uma boa vitória (diante de Camarões), e muito importante para as nossas pretensões. Contra o Brasil, certamente será um jogo muito difícil, sabemos do talento de Neymar, Oscar, Hulk, mas treinaremos formas para segurá-los— afirmou.
Com sua quarta Copa no currículo, Rafa Márquez tornou público o lema interno que defende diante dos seus companheiros de seleção: vencer para aparecer:
- Tem que desfrutar ao máximo essa oportunidade (de disputar uma Copa), é uma vitrine para todos nós, para muitos deles oportunidade de subirem mais um nível. Isso é uma coisa que se vive poucas vezes. Para fazer história, essa é a mentalidade para conseguir isso.
E foi justamente depois de disputar sua primeira Copa, em 2002, que o zagueiro conseguiu uma transferência do Mônaco para o Barcelona, time de Neymar.
Recorde e respeito do capitão
Diante de Camarões na estreia do México na Copa do Mundo, Rafa Márquez entrou para a história do futebol mundial ao se tornar o primeiro capitão de uma seleção em quatro Copas do Mundo – consecutivas ainda: em 2002, 2006, 2010 e agora no Brasil.
- É uma estatística, mas o que quero é ganhar algo importante - disse o zagueiro.
O treinador Miguel Herrera exaltou a importância de Rafa.
- Trazer Rafa foi muito importante para a equipe. O impacto que a chegada dele teve sob os atletas foi muito grande, por ele ser uma referência e também ser muito respeitado pelos jogadores - afirmou Herrera.
Brasil e México se enfrentam na terça-feira, às 16h (de Brasília), no Castelão, em Fortaleza. As duas equipes somam três pontos no Grupo A, mas a seleção brasileira leva vantagem no saldo de gols, primeiro critério de desempate.
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